Quatro filmes brasileiros concorrem ao prêmio Teddy de melhor longa com temática LGBT na Berlinale 2020
Chegou aquele momento adorado por quem curte cinema: a divulgação da lista de filmes da Berlinale, um dos principais festivais cinematográficos do mundo, que dita as tendências do que deve vir por aí ao longo dos próximos meses. Este ano o festival será entre os dias 20 de fevereiro e 1º de março e terá quatro longas brasileiros concorrendo ao Teddy Award, prêmio dado ao melhor filme com temática LGBT+. Confira quais são e veja os outros destaques!
Vento Seco
No mês de julho, o vento seco e a baixa umidade do ar ressecam a pele dos moradores de uma pequena cidade. Sandro divide seus dias entre o clube, o trabalho, o futebol com amigos e as festas da localidade. Ele tem um relacionamento com Ricardo, seu colega de trabalho. Mas a sua rotina começa a mudar com a chegada de Maicon, um rapaz que desperta o seu interesse e do qual todos sabem muito pouco. Filme brasileiro de Daniel Nolasco, filmado em Goiás.
Alice Júnior
A protagonista que dá nome ao filme é uma adolescente trans que tem um canal no YouTube e precisa se mudar com o pai para uma pequena e conservadora cidade no sul do Brasil, onde passa a estudar em uma escola que parece ter parado no tempo. Alice, então, precisa vencer o preconceito e conseguir o que ela mais deseja: dar seu primeiro beijo. O longa de Gil Baroni já foi exibido no Festival Mix Brasil e no Festival do Rio em 2019 e agora faz sua estreia na Europa.
Meu nome é Bagdá
Bagdá é uma skatista de 17 anos, que vive na Freguesia do Ó, bairro da periferia de São Paulo. Ela anda de skate com um grupo de meninos skatistas do bairro e passa boa parte de seu tempo com sua família e as amigas de sua mãe. Juntas elas formam um grupo de mulheres pouco convencionais. Quando Bagdá finalmente encontra um grupo de meninas skatistas, sua vida muda. Filme brasileiro de Caru Alves de Souza.
Vil, Má
Documentário brasileiro de Gustavo Vinagre sobre a escritora Vilma Azevedo, autora de "Sado Masoquismo Sem Medo", entre outros livros sobre BDSM.
Shirley
Shirley Jackson (interpretada pela diva de "Handmaid's Tale", Elisabeth Moss) é uma escritora de contos de suspense casada com Stanley Hyman, um renomado professor universitário (interpretado por Michael Stuhlbarg, o ator que fez o pai de Elio em "Me chame pelo seu nome"). Os dois decidem abrigar em sua casa um casal de jovens estudantes por um período. E Shirley encontra nessa nova rotina peculiar a inspiração que precisava para sua mais nova obra. Filme estadunidense de Josephine Decker, teve sua estreia no Festival de Sundance.
Futur Drei / No Hard Feelings [Sem Ressentimentos]
Parvis, filho de exilados iranianos, lida com a vida em sua pequena cidade natal entregando-se à cultura pop, encontros no Grindr e raves. Depois de ser pego furtando, ele é condenado a fazer serviço comunitário em um abrigo de refugiados, onde conhece Banafshe e Amon, casal de irmãos que fugiu do Irã. Um filme sensível sobre o primeiro amor e a vida como imigrante na Alemanha. Produção alemã dirigida por Faraz Shariat.
Die letzte Stadt [A Última Cidade]
Em uma dança circular que nos transporta às cidades de Bersebá, Atenas, Berlim, Hong Kong e São Paulo, encontramos diferentes personagens que lidam com tabus sociais, conflitos geracionais, culpa de guerra e reflexões cosmológicas. Além disso, a arquitetura de cada uma dessas cinco cidades completa suas jornadas filosóficas e metafísicas. Filme experimental alemão de Heinz Emigholz.
Kokon / Cocoon [Casulo]
Nora, uma tímida garota de 14 anos de Berlim, nunca vai se esquecer deste quente verão. Cercada de pessoas problemáticas, de diferentes culturas e origens, ela entra na idade adulta. Tem sua primeira menstruação, se apaixona por outra garota, aprende a se virar sozinha e tem seu coração partido pela primeira vez. Quando o verão acabar, as coisas nunca mais serão as mesmas para Nora. Filme alemão de Leonie Krippendorff.
Rizi / Days [Dias]
Kang mora sozinho em uma casa grande e Non em um pequeno apartamento na cidade. Eles se encontram, e logo depois se separam, e seus dias continuam fluindo como antes. Um filme silenciosamente observacional do premiado diretor malaio Tsai Ming-Liang.
Suk Suk
Um encontro casual em Hong Kong une Pak e Hoi, dois homens mais velhos que passaram uma vida inteira sem assumir sua homossexualidade, casados com mulheres e escondendo esse seu outro lado. Quando eles se conhecem, algo é desencadeado neles e acabam se apaixonando e sonhando com um futuro juntos. Coprodução entre China e Hong Kong dirigida por Ray Yeung.
Welcome to Chechnya [Bem-vindx à Chechênia]
Desde 2016, a Chechênia tentar limpar seu territórios de indivíduos da comunidade LGBTQ+, prendendo, torturando e executando essas pessoas. Sem apoio do governo da Rússia ou uma condenação direta de nações contra esses atos de violência, um grupo secreto de ativistas decide tomar providências por conta própria. Documentário estadunidense de David France, teve sua estreia no Festival de Sundance.
Always Amber [Sempre Amber]
Amber pertence a uma geração queer que não quer mais que a sociedade dite a sua identidade. Documentário sueco de Lia Hietala e Hannah Reinikainen que acompanha adolescentes trans que habitam orgulhosamente um espectro de identidades fluidas e que cada vez mais se tornam autorxs de suas próprias vidas.
Petite Fille [Garotinha]
O retrato comovente de Sasha, uma criança de oito anos que sempre soube que era uma garotinha, mesmo tendo sido considerada um menino ao nascer. Como a sociedade não a trata como as outras crianças da sua idade em suas atividades cotidianas, seja na escola, nas aulas de dança ou nas festas de aniversário, ela conta com o apoio da sua família, que lidera uma batalha constante para fazer sua diferença ser compreendida e aceita. Documentário do diretor francês Sébastien Lifshitz, conhecido por outros filmes com temática LGBT, como "Primeiro Verão" ("Presque Rien") e "Lado Selvagem" ("Wild Side")
Las Mil y Una [As Mil e Uma]
Iris, uma jovem com um passado difícil, conhece Renata e se sente imediatamente atraída por ela. Uma história terna sobre amizade e primeiro amor em um ambiente hostil. Filme de Clarisa Navas, uma produção entre Argentina e Alemanha.
Kød & Blod / Wildland [Terra Selvagem]
Após um acidente de carro que mata sua mãe, a jovem Ida, de 17 anos, se muda para a casa de uma tia distante, que vive com seus filhos já adultos. O novo lar é cheio de amor e ternura, mas fora dele, a família leva uma vida violenta e criminosa. Filme norueguês de Jeanette Nordahl.
Minyan
Ambientado na Nova York da década de 80, o filme acompanha um garoto de 17 anos que questiona as regras rígidas de sua comunidade judaica quando começa a viver sua homossexualidade na cena gay do East Village. Produção estadunidense de Eric Steel, mesmo diretor de "A Ponte".
A cerimônia de premiação do 34º Teddy Award, seguida de festa, é claro, será no dia 28 de fevereiro no icônico teatro Volksbühne. Se você tiver a felicidade de estar em Berlim nesta data, pode dar o seu close por lá! E nesta edição teremos também um brasileiro como membro do júri do prêmio, o crítico, pesquisador e curador Heitor Augusto! Para mais informações sobre o Teddy Award, é só acessar aqui o site oficial.
Ah, e vale mencionar também que, em toda a programação da Berlinale, serão exibidos 19 filmes brasileiros. Entre eles, "Todos os mortos", de Marco Dutra e Caetano Gotardo, sobre racismo, que concorre ao Urso de Ouro, o mais importante prêmio do festival! Seguiremos na torcida, pois queremos que nosso audiovisual seja valorizado cada vez mais, ao contrário de algumas pessoas por aí! Para mais informações sobre o Festival de Cinema de Berlim, é só acessar aqui o site oficial.
Por Tiago Elídio...
Vento Seco
Vento Seco - Imagem: Divulgação
Alice Júnior
Alice Júnior - Imagem: Divulgação
Meu nome é Bagdá
Meu nome é Bagdá - Imagem: Divulgação
Vil, Má
Vil, Má - Imagem: Divulgação
Shirley
Shirley - Imagem: Divulgação
Futur Drei / No Hard Feelings [Sem Ressentimentos]
Futur Drei - Imagem: Divulgação
Die letzte Stadt [A Última Cidade]
Die letzte Stadt - Imagem: Divulgação
Kokon / Cocoon [Casulo]
Kokon - Imagem: Divulgação
Rizi / Days [Dias]
Rizi - Imagem: Divulgação
Suk Suk
Suk Suk - Imagem: Divulgação
Welcome to Chechnya [Bem-vindx à Chechênia]
Welcome to Chechnya - Imagem: Divulgação
Always Amber [Sempre Amber]
Always Amber - Imagem: Divulgação
Petite Fille [Garotinha]
Petite Fille - Imagem: Divulgação
Las Mil y Una [As Mil e Uma]
Las Mil y Una - Imagem: Divulgação
Kød & Blod / Wildland [Terra Selvagem]
Kød & Blod - Imagem: Divulgação
Minyan
Ambientado na Nova York da década de 80, o filme acompanha um garoto de 17 anos que questiona as regras rígidas de sua comunidade judaica quando começa a viver sua homossexualidade na cena gay do East Village. Produção estadunidense de Eric Steel, mesmo diretor de "A Ponte".
A cerimônia de premiação do 34º Teddy Award, seguida de festa, é claro, será no dia 28 de fevereiro no icônico teatro Volksbühne. Se você tiver a felicidade de estar em Berlim nesta data, pode dar o seu close por lá! E nesta edição teremos também um brasileiro como membro do júri do prêmio, o crítico, pesquisador e curador Heitor Augusto! Para mais informações sobre o Teddy Award, é só acessar aqui o site oficial.
Ah, e vale mencionar também que, em toda a programação da Berlinale, serão exibidos 19 filmes brasileiros. Entre eles, "Todos os mortos", de Marco Dutra e Caetano Gotardo, sobre racismo, que concorre ao Urso de Ouro, o mais importante prêmio do festival! Seguiremos na torcida, pois queremos que nosso audiovisual seja valorizado cada vez mais, ao contrário de algumas pessoas por aí! Para mais informações sobre o Festival de Cinema de Berlim, é só acessar aqui o site oficial.
Por Tiago Elídio...
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